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Mato grosso - São Paulo - Distrito Federal ,05/05/2025

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Governo ganha tempo para enfrentar CPMI pedida pela oposição


Governo ganha tempo para enfrentar CPMI pedida pela oposição

Presidentes do Senado e da Câmara, Davi Alcolumbre e Hugo Motta vão com o presidente Lula à Rússia e à China. Dessa maneira, Planalto tem a possibilidade de se articular contra investigação parlamentar


Mantido o calendário do Congresso para as próximas semanas, o governo terá tempo até que a oposição consiga colocar de pé uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os descontos irregulares em aposentadorias e pensões pagas pelo INSS. É que não há previsão de sessão deliberativa conjunta das duas Casas legislativas nos próximos dias, o que é fundamental para que haja a leitura do pedido a ser apresentado pelos oposicionistas ainda hoje, uma vez que o documento já consta com o número regimental de assinaturas. A avaliação é de que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), dará tempo para que governo se organize, inclusive no atendimento às demandas da base aliada, no sentido de se equipar contra a eventual CPMI.

Com a faca da comissão de inquérito em mãos, Alcolumbre ganha ainda mais força ante o Palácio do Planalto para exigir a aprovação da pesquisa para prospecção de petróleo na Margem Equatorial, cobrança que reforçou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na viagem a Roma para o funeral do papa Francisco. Além disso, o senador quer levar adiante a remoção de Alexandre Silveira (PSD-MG) — indicação do ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) — do Ministério das Minas e Energia. Com o União Brasil na Presidência da Casa, interlocutores de Alcolumbre afirmam que ele cobrará do governo o espaço proporcional ao que o partido ocupa no Congresso.

Lula, por ora, não deu sinais de que pretenda mexer na pasta para evitar a CPMI do INSS. Isso porque está convicto de que agiu cirurgicamente para evitar que a crise evoluísse: substituiu Alessandro Stefanutto por Gilberto Waller Júnior (especialista em combate à corrupção e lavagem de dinheiro) no comando da autarquia e sacou Carlos Lupi do postou mais alto no Ministro da Previdência para entregá-lo a Wolney Queiroz — que recebeu a determinação expressa de limpar a área.

Por sinal, o novo ministro da Previdência passou o fim de semana em reuniões com Waller e, hoje, tem encontro com o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Carvalho. A prioridade do presidente é que se conclua, o mais rapidamente possível, o plano de devolução dos recursos aos aposentados e pensionistas lesados pela quadrilha dos descontos indevidos.

Esta, aliás, é considerada no Planalto a melhor forma de resgatar a imagem do governo. Com ressarcimento, a ideia é consolidar o discurso de que a instalação da CPMI não passa de briga política, pois os suspeitos foram afastados do governo e os beneficiários, ressarcidas.


Só que, até aqui, as trocas de nomes não amenizaram o desgaste. A oposição segue pressionando pela abertura de uma investigação no Parlamento e a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) recorreu à Justiça na tentativa de evitar a posse de Wolney na Previdência. Na petição, ela lembra que o hoje ministro era o secretário-executivo da pasta e presidiu a reunião em que houve a apresentação de um relatório sobre os desvios. O que se diz no ministério, porém, é que embora fossem do mesmo partido, Lupi escanteou o atual ministro das decisões.

Preparação da tropa

Sem sessões do Congresso nesta semana — e a viagem de Lula com Alcolumbre e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), à Rússia e à China, entre os dias 8 e 13 —, o governo terá tempo para se preparar antes que seja obrigado a indicar nomes para uma comissão de inquérito. Porém, a avaliação é de pode acontecer algo semelhante à CPI da Covid, no governo Bolsonaro. Em 2021, o ex-presidente e sua base acharam que controlariam a investigação, mas não conseguiram.

Assim, novamente a oposição pode estar perto de um tiro no pé. Isso porque governo tem todos os instrumentos de investigação — como CGU e Polícia Federal (PF) — e pesam contra a gestão Bolsonaro os primeiros registros de descontados sem autorização para irrigar associações de aposentados.




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