Desvio da Ferrovia Senador Vuolo causa indignação em líderes regionais: "Cuiabá e regiões do entorno não podem virar o Vale dos Esquecidos!"

A decisão da empresa Rumo Logística de alterar o traçado troncal da Ferrovia Senador Vuolo, retirando a capital Cuiabá do eixo principal, tem gerado protestos e levantado questionamentos por parte de representantes políticos e sociais da região.
A exclusão de Cuiabá, Cáceres, Vale do Guaporé e o Médio Norte da rota original levanta preocupações sobre o futuro econômico e logístico dessas regiões. Para muitos, a mudança representa um abandono estratégico e um retrocesso nas políticas de integração e desenvolvimento regional.
A imagem de um representante político ao lado dos trilhos da ferrovia em uma área rural reforça o apelo: “Por que a empresa RUMO desviou o troncal da Ferrovia Senador Vuolo da capital do Estado?” e alerta: “Cuiabá, Cáceres, Vale do Guaporé e Médio Norte não podem se transformar no Vale dos Esquecidos!”
A reivindicação é clara: que o Governo do Estado, junto com a ANTT e o Ministério dos Transportes, exijam da concessionária explicações concretas e reavaliem o projeto para garantir que os grandes centros urbanos e regiões produtivas de Mato Grosso não sejam excluídos dos benefícios logísticos da nova ferrovia.
Ferrovia Senador Vuolo: Desenvolvimento ou Esquecimento?
O economista e cientista político Vicente Vuolo, filho do autor do projeto da ligação ferroviária São Paulo – Rondonópolis – Cuiabá, expressou preocupação com os rumos da Ferrovia Senador Vuolo. Segundo ele, a ferrovia sempre foi vista como um grande indutor do desenvolvimento e via de integração do Estado, mas nunca como um instrumento de divisão territorial, como alguns estão propondo.
Vuolo destaca que a empresa Rumo Logística, atual concessionária da ferrovia, não é proprietária da mesma, assim como não foram as anteriores Ferronorte, FUNCEF e ALL. Ele ressalta que a Rumo é a quarta empresa a trabalhar na construção da Ferrovia Senador Vuolo e que recebe recursos do Governo Federal, como BNDES, Banco do Brasil e FCO. Portanto, não pode decidir unilateralmente o traçado da ferrovia, desrespeitando leis federais e estaduais.
A principal indagação levantada por Vuolo é: por que a Rumo priorizou os 700 km de ferrovia entre Rondonópolis e Lucas do Rio Verde e abandonou os 200 km entre Rondonópolis e Cuiabá? Ele enfatiza que não é contra o trecho Rondonópolis – Lucas do Rio Verde, mas questiona o abandono do trecho até a capital.
Caso a Rumo não tenha interesse no projeto que liga Cuiabá a Cáceres, Vale do Guaporé e Médio Norte, Vuolo sugere que outra empresa assuma a responsabilidade. "O que não podemos é ser transformados no Vale dos Esquecidos!", conclui.
COMENTÁRIOS